Rigidez, dor e capacidade reduzida para as atividades do dia a dia são sintomas de uma condição que afeta uma em cada quatro pessoas acima dos 55 anos. Estamos falando da osteoartrite de joelho (OAJ), que pode atingir ossos, cartilagens e meniscos, provocando dor e limitação física.
O envelhecimento populacional e o aumento da obesidade devem aumentar a incidência da OAJ, o que exige a adoção de medidas preventivas. O conhecimento atual para prevenção secundária (melhorar os sintomas) é de que a utilização de anti-inflamatórios não esteroidais impacta na diminuição da dor no curto prazo. Exercícios resistidos de alta intensidade que visam ao fortalecimento do quadríceps e ao aumento de sua força também são uma forma de tratar o problema, pois apresentam benefícios na capacidade física funcional. Uma metanálise divulgada em 2016 constatou que os pacientes com OAJ têm os músculos do quadril mais fracos, especialmente os abdutores. A musculatura abdutora do quadril mantém a estabilidade da fase de alternância da pisada no plano frontal (eixo transverso), controlando a adução do quadril nesta fase da marcha, com menor sobrecarga na porção medial do joelho.
A partir dessa informação associada às evidências de que pessoas com maior força dos quadris têm menos progressão da OAJ, um grupo de estudos australianos verificou, através de revisão sistemática e metanálise, a efetividade da adição de exercícios na região do quadril ao programa de exercícios ao quadríceps em pacientes com a doença. A equipe identificou o impacto na qualidade de vida, diminuição da dor e melhora funcional. A pesquisa concluiu que exercícios resistidos de baixa intensidade - ou mesmo os de alta intensidade - afetam a caminhada, o equilíbrio e a mudança de posição. Fortalecer a musculatura do quadril, especialmente os abdutores, pode melhorar essas condições, controlando o tronco durante a alternância da pisada, reduzindo a adução do joelho e melhorado a sobrecarga no compartimento medial. Isso justifica a melhora na caminhada de modo geral.
Além disso, há evidências de que ganhos de aproximadamente 20% na força abdutora do quadril beneficiam a funcionalidade do paciente. Exercícios neuromusculares são vantajosos na caminhada, mudança de posição de sentado para em pé e na subida e descida de escadas, o que aumenta a independência do paciente. Assim, os médicos devem prescrever atividades específicas aos quadris, a fim de aprimorar a condição da OAJ quando comparada ao uso isolado de exercícios na região dos quadríceps.