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Estalos no pescoço?

Os estalos no pescoço são recorrentes para quem deseja aliviar dores e tensões, mas têm sérios riscos à saúde e podem ser cessados com acupuntura e fisiatria. Muitas pessoas, no entanto, desconhecem os possíveis riscos dessa prática, que pode ser um sintoma de diversos tipos de distúrbios osteoarticulares.  

O caso de Josh Hader, jogador norte-americano, trouxe o assunto às manchetes: aos 28 anos, sofreu um AVC (acidente vascular cerebral) depois de estalar o pescoço. 
O movimento, nesse caso, ocasionou a formação de um coágulo na região do estalo. Segundo ele, após um movimento de lateralização da cabeça, escutou um som de “pop” e sentiu todo o lado esquerdo do corpo ficar dormente. O jogador desconfiou de um possível derrame e chamou a assistência médica: perdeu força muscular do rosto e ficou, inclusive, parcialmente desfigurado. Esses casos são raros, mas não inéditos. Além dos derrames cerebrais, já houve relatos de estalos ligados a fraturas vertebrais, podendo levar a paralisias. 

Cientistas do mundo inteiro tentam explicar a origem do som dos estalos articulares; todavia, não há consenso sobre o tema. Todo o processo dura, desde o movimento até à emissão sonora, 300 milissegundos. Por isso, visualizá-lo é um desafio. Uma nova pesquisa publicada, em 2018, pela Scientific Reports, explicou que os estalos são originados das bolhas de cavitação que entram em colapso o fluido sinovial presente nas articulações. Na prática, o som advém do estourar das pequenas bolhas de gases presentes na articulação. 

Os experimentos já feitos mostraram que, quando em estresse, ocorre a formação de uma pressão que modifica o fluido do líquido articular, o que provoca o estourar das bolhas e gera o ruído. Somente um colapso parcial das bolhas é suficiente para produzir os estalos e, mesmo após o som, outras bolhas podem ser observadas na articulação em questão. 

Qual a relação entre estalo e AVC?

Já foram produzidos estudos que apontaram uma relação entre estalos no pescoço com 25% dos casos de AVC em pessoas abaixo dos 40 anos. O problema é que a maioria não sabe o que está fazendo quando procura aliviar as tensões por meio dos estalos. Assim, ao invés de corrigir o posicionamento da articulação, provocam algo ainda mais grave. Durante sessões de quiropraxia, por exemplo, trabalha-se o ajustamento articular através de um realinhamento adequado de suas estruturas, realizando-se a correção de maneira segura e benéfica. 

A associação entre estalo e AVC se explica pela dissecção da artéria responsável pela irrigação cerebral. A partir, existem dois caminhos possíveis:o rompimento da artéria ou a formação de coágulos sanguíneos. Em geral, o paciente apresenta predisposição genética a esse tipo de lesão. 

Existe algum risco de surgirem fraturas?

Sim! A pessoa pode até mesmo quebrar o pescoço por causa de um estalo. Pacientes que têm esse hábito de forma compulsiva costumam ter lesões significativas nos processos espinhosos das vértebras cervicais. Nessas situações, é aconselhado um tratamento com auxílio de fisiatra ou ortopedista, além do acompanhamento psicológico. É importante procurar ajuda, principalmente se houver dor ou edema articular. 

Como parar de estalar o pescoço?

Há alguns métodos que aliviam a tensão sem consequências nocivas. Alongar os músculos do pescoço cautelosamente, movimentá-lo respeitando os limites articulares e treinando o fortalecimento muscular dessa região são algumas alternativas que protegem a saúde das articulações. Os exercícios de fortalecimento ajudam a estabilizar os ossos e trazem equilíbrio. Se os músculos estão fracos, a pessoa sente ainda mais vontade de estalar devido à instabilidade cervical. 

Outra boa dica é a acupuntura. Por meio de pontos de energia, os pontos de tensão e desconforto na região cervical são reduzidos, contribuindo naturalmente para cessar o desejo de estalar o pescoço. São ações simples, mas que fazem toda a diferença. Previna-se! 

 

 

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