Estamos chegando no inverno e vivendo em uma pandemia. As mudanças na saúde são profundas e exigem tratamentos mais modernos e especializados. Nesse sentido, a fisioterapia busca encontrar técnicas aprimoradas e que possam amenizar esses transtornos, como alguns problemas respiratórios.
Como opção de tratamento, há a Fisioterapia Respiratória, que através de uma avaliação e técnicas específicas visa amenizar e tratar esses problemas. Essa especialidade existe em nosso país desde os anos 80, quando foi fundado o Núcleo de Estudos em Fisioterapia Respiratória. Os benefícios da prática contemplam a melhora da dinâmica respiratória e da distribuição do ar inalado pelos pulmões, além de remover secreções brônquicas, resultando, assim, na melhora da função pulmonar. As estratégias utilizadas são não invasivas e otimizam o transporte do oxigênio, de forma que previnem, revertem ou minimizam as disfunções pulmonares causadas por doenças como a asma e pneumonia.
O tipo de técnica que será aplicada depende de cada caso. O fisioterapeuta avalia o paciente para identificar a mais adequada. Quando o paciente está hospitalizado em UTI, por exemplo, o atendimento será focado na eficiência ventilatória ou redução da sobrecarga dos músculos respiratórios, a fim de evitar a falência desses músculos. Já em pacientes que irão realizar alguma cirurgia, os exercícios são preventivos e pretendem aprimorar o condicionamento físico. Existem algumas técnicas aplicadas:
1. Respiração pelo diafragma: fortalece a expansão da base dos pulmões. Deve ser indicada para problemas respiratórios.
2. Sopros: consiste na realização de inspirações profundas seguidas de expiração pela boca, efetuadas com os lábios entreabertos, obstruindo a saída de ar. Esse exercício não pode ser feito com muita repetição e é ideal para fortalecer a expiração.
3. Espirometria de estímulos: trabalha a capacidade inspiratória e é realizada com auxílio de um espirômetro, aparelho que avalia o volume de ar inspirado.
4. Exercícios intercostais: controlam e fortalecem a expansão do tórax.
5. Percussão: visa à liberação das secreções brônquicas e posterior expulsão dos brônquios principais.
6. Tosse assistida: o objetivo é expulsar a expectoração através de uma inspiração profunda seguida de pequenos sopros expiratórios alternados com breves pausas.
7. Drenagem postural: consiste na adoção de posições corporais que favorecem a drenagem das secreções graças à ação da gravidade. Assim, as secreções podem fluir passivamente, sendo expulsas pela boca.
Dados do Sistema Único de Saúde (SUS) evidenciam que mais de 367 mil autorizações de internação hospitalar por ano decorrem de doenças respiratórias. Somadas, a asma, pneumonia e doença pulmonar obstrutiva crÔnica (DPOC) representam 12% de todas as internações do país. A Fisioterapia Respiratória complementa de forma eficaz o tratamento de várias doenças pulmonares, nas quais há dificuldade em se respirar ou excesso de secreções que obstruem os brônquios. É importante sempre consultar o médico antes de começar o método para evitar contraindicações.